Na manhã de quinta-feira (dia 20), a comunidade Alto da Paz, localizada no bairro Vicente Pizon, sofreu com uma das práticas que está virando marca registrada da atual gestão da prefeitura de nossa cidade: a repressão policial. Segundo o Jornal "O Povo", cerca de 350 famílias foram desapropriadas de suas casas. Em vão essas pessoas tentaram se utlizar como forma de resistência; a queima de colchões, de madeira e de caixas de papelão. Policiais fortemente armados, junto com tratores, avançaram sobre a população, forçando a comunidade a se retirar sem nem ao menos ter tempo de pegar seus pertences ou lutar pelo direito de ficar na região.
Enquanto a prefeitura destrói histórias, ignora as raízes e dá margem ao progresso desenfreado, a mesma oferece, segundo relatos de moradores, 100 R$ como ajuda de custo para o pagamento de aluguéis, além da promessa de novas casas aos moradores. É sabido, a partir de teorias que nos guiam no dia dia, mais especificamente falando sobre a psicologia comunitária, que o indivíduo, enquanto sujeito comunitário, possui uma identidade com o local que vive, dito isso e entendendo identidade como processo de metamorfose, os atos de resistências tornam-se fundamentais, principalmente no sentido de lutar pela emancipação, que infelizmente vai além da ideológica nesse caso. O sujeito que perde sua história, perde a si mesmo, pois pensar em identidade implica resgatar as atividades e o processo de consciência do indivíduo.
Ações como essa só retratam o desrespeito e a falta de interesse dos gestores no fortalecimento das comunidades e na potencialização das mesmas. Pensar e repensar uma cidade para o povo e não para as grandes empresas parece ser o que mais tem se deixado de lado nos últimos anos, principalmente com a chegada do "padrão fifa". Estamos revoltados e tristes com a situação vivenciada por tais famílias, que não foram as primeiras e parece que não serão as últimas se o atual governo continuar com as ações de desrespeito ao cidadão que tem se notabilizado em realizar. Diante disso, o Centro Acadêmico de Psicologia da Universidade Estadual do Ceará se sensibliza pela situação das famílias e vem, por meio desta, prestar condolências as mesmas, além de total apoio aos atos de resistências. Como reflexão, deixamos a seguinte letra:
Todo dia o sol da manhã
Vem e lhes desafia
Traz do sonho pro mundo
Quem já não o queria
Palafitas, trapiches, farrapos
Filhos da mesma agonia
E a cidade que tem braços abertos
Num cartão postal
Com os punhos fechados na vida real
Lhe nega oportunidades
Mostra a face dura do mal
Paralamas do Sucesso - Alagados
Grupo de apoio no facebook: https://www.facebook.com/groups/627983863934470/
Relato feito por um morador da comunidade.
Retirado do canal: Fábio Santos
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